Crítica O Telefone Preto 2: a sequência que tenta virar franquia, mas tropeça no caminho

Acelino Silva

Você já atendeu uma ligação que não deveria? O Telefone Preto 2 (Black Phone 2) tenta repetir o sucesso surpresa do primeiro filme e, de quebra, transformar o “Grabber” em um vilão sobrenatural à la Freddy Krueger. Só que, no meio do barulho de promessas e referências, o que chega ao público é um horror sem graça, com regras confusas e pouca tensão.

O que mudou do primeiro para O Telefone Preto 2?

Crítica O Telefone Preto 2
Crítica O Telefone Preto 2: a sequência que tenta virar franquia, mas tropeça no caminho 9

No original, inspirado num conto de Joe Hill (filho de Stephen King), tínhamos um terror urbano de bairro: anos 70, crianças em perigo, uma ameaça palpável e uma máscara que grudou na cultura pop. Agora, com o Grabber morto no final do primeiro filme, o roteiro precisa ressuscitá-lo – literalmente. A solução: transformá-lo num espectro que atravessa sonhos e volta ao mundo real por frestas oníricas. O caminho aponta para Elm Street, mas sem o humor ácido, a inventividade das mortes ou o carisma do Freddy.

  • Ethan Hawke retorna como o Grabber, porém sem o camp insinuado do primeiro. A máscara ainda impacta, mas a presença assusta menos.
  • As “regras” do sobrenatural são pouco claras e mudam a cada cena, quebrando a imersão.

Cenário, personagens e… um acampamento cristão e O Telefone Preto 2

A trama leva Finn (Mason Thames) e sua irmã Gwen (Madeleine McGraw) a um acampamento cristão nos Alpes, onde ficam presos durante uma nevasca. Gwen continua recebendo visões; Finn, por sua vez, tenta lidar com traumas e a raiva que virou combustível. A escolha do cenário flerta com a cartilha do terror de fé (pense em Invocação do Mal): Deus versus diabo, céu versus inferno, e oração como arma — claramente mirando o público que lota sessões desse subgênero.

Só que a narrativa se complica com idas e vindas explicativas que pouco acrescentam. Descobrimos mais do passado de heróis e vilão, mas a “expansão de lore” soa burocrática. A sensação é de que o filme quer criar mitologia para uma franquia, sem a substância necessária para justificar tanta camadas.

Problemas que derrubam o suspense de Black Phone 2

  • Regras confusas do mundo dos sonhos: você passa mais tempo tentando entender o que pode ou não acontecer do que sentindo medo.
  • Estilo acima do medo: a textura “8mm” para diferenciar sonho e vigília vira truque autorreferente. Funciona como conceito, mas não como terror.
  • Ritmo arrastado: com quase duas horas, o filme estica o que poderia ser um pesadelo direto e implacável — e perde impacto.

E o elenco?

Hawke tem presença vocal e corporal, mesmo quando o rosto mal aparece. Mas o resto do elenco não encontra o mesmo peso dramático, e os diálogos, muitas vezes, caem no “expositivo com cara de expositivo”. O resultado: sobram intenções, faltam calafrios.

Vale a ida ao cinema para ver O Telefone Preto 2?

Se você é fã do primeiro e quer ver para onde a história foi, vá com expectativas moderadas. Black Phone 2 tenta erguer um “universo” para o Grabber, mas carece de inventividade, economia narrativa e medo genuíno. Na comparação com Freddy e Jason — referências que o próprio filme convoca —, o Grabber ainda está mais para sussurro do que grito.

Informação de estreia

  • 16 de outubro nos cinemas

Conclusão

O Telefone Preto 2 queria ser o primeiro passo rumo a uma franquia — dessas que lotam a sessão de sexta-feira. Mas, ao empilhar regras, símbolos e “lore” sem a mesma dose de pavor, o filme vira uma chamada perdida. Quando o telefone tocar de novo, talvez valha pensar duas vezes antes de atender.

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