A segunda temporada de The Last of Us da HBO chegou a um clímax brutal e angustiante, deixando os fãs em estado de choque com um final que espelha a natureza sombria da aclamada série. O episódio final, intitulado “Convergence” (Convergência), não poupou os espectadores de momentos de extrema tensão e perdas dolorosas, solidificando a jornada de Ellie em uma espiral de vingança com consequências devastadoras . Este artigo mergulha nos acontecimentos cruciais da temporada, explicando os destinos dos personagens e as implicações para o futuro.
Atenção: Spoilers significativos da 2ª Temporada de The Last of Us, incluindo o Episódio 7, estão presentes abaixo.
A temporada como um todo pavimentou um caminho difícil para seus protagonistas, marcado por perdas e revelações que abalaram fundamentalmente seus mundos e relacionamentos.
A Sombra da Perda: A Morte de Joel e Suas Reverberações
No início da temporada, especificamente no Episódio 2, os espectadores testemunharam um dos momentos mais chocantes da série: a morte de Joel (Pedro Pascal) . Caçado implacavelmente por Abby (Kaitlyn Dever) e seu grupo da WLF (Frente de Libertação de Washington), antigos Vagalumes que buscavam vingança pelo massacre de Joel no hospital em Salt Lake City no final da primeira temporada, Joel encontrou um fim brutal . Abby, determinada a fazer Joel sofrer, o torturou antes de desferir o golpe final com um taco de golfe, tudo sob o olhar horrorizado de Ellie (Bella Ramsey) . Esse evento cataclísmico não apenas removeu uma figura central da narrativa, mas também acendeu em Ellie um desejo consumidor por vingança, moldando suas ações por toda a temporada. A cidade de Jackson, embora tenha repelido um ataque massivo de Infectados que coincidiu com a chegada de Abby, sofreu perdas significativas, mas conseguiu sobreviver sob a liderança de Tommy e Maria .
A Verdade Dolorosa: Ellie Confronta o Passado de Joel

Outro momento crucial da temporada ocorreu no Episódio 6, quando Ellie finalmente descobriu a extensão da mentira de Joel sobre os eventos em Salt Lake City. A tensão entre Ellie e Joel, sentida desde o início da temporada, teve sua origem revelada. Após a morte de um homem chamado Eugene – que Joel matou para, segundo ele, poupá-lo de uma transformação dolorosa, mas mentindo sobre as circunstâncias para Ellie – ela percebeu o mesmo padrão de engano em seu comportamento quando questionado sobre os Vagalumes. Em uma confrontação emocionante, Ellie pressionou Joel, que, com lágrimas nos olhos, admitiu ter matado todos os Vagalumes para salvá-la, impedindo assim a criação de uma cura que custaria a vida dela. Ellie, devastada, expressou que sua vida teria valido a pena se pudesse salvar outros, sentindo que Joel roubou seu propósito. Apesar da dor, e em um momento de complexidade emocional que diverge do material original do jogo, Ellie confessou que, embora não pudesse perdoá-lo naquele momento, estava disposta a tentar, explicando a reaproximação entre os dois vista brevemente antes da morte de Joel.
O Confronto Final em Seattle: Detalhes do Episódio 7
O episódio final da segunda temporada, o sétimo, retoma a busca implacável de Ellie por Abby em Seattle. A cidade é um campo de batalha entre facções rivais, os Lobos (WLF) e os Serafitas, e Ellie se vê no meio desse conflito.
No Aquário: Uma Violência Inesperada
Após escapar por pouco de uma execução pelos Serafitas, Ellie consegue rastrear os companheiros de Abby até um aquário. Lá, ela confronta Owen (Spencer Lord) e Mel (Adela Bar), que está grávida. A tensão escala rapidamente quando Owen tenta sacar sua arma, e Ellie reage instintivamente, atirando e matando-o. Um segundo disparo atinge Mel no pescoço. É neste ponto que a brutalidade da vingança parece sobrecarregar Ellie. Mel, agonizando, implora para que Ellie realize uma cesariana improvisada para salvar seu bebê antes que ela sangre até a morte. Paralisada pelo choque e horror da situação, Ellie não consegue agir, e Mel morre junto com seu filho não nascido. Os criadores da série, Craig Mazin e Neil Druckmann, descreveram a morte de Mel como um momento de “dano colateral genuíno”, que Mazin intencionalmente tornou “pior” do que no jogo, onde Ellie mata Mel em autodefesa durante um confronto direto.
Retorno ao Teatro e a Emboscada
Após o massacre no aquário, Tommy (Gabriel Luna) e Jesse (Young Mazino) encontram uma Ellie traumatizada e a levam de volta ao teatro onde Dina (Isabela Merced) os espera. Parece que a missão de vingança de Ellie pode ter chegado ao fim, e eles planejam retornar para casa. No entanto, essa trégua é curta. Ao ouvirem um barulho no saguão do teatro, Ellie e Jesse correm para investigar, encontrando Tommy lutando com ninguém menos que Abby. Em uma reviravolta rápida e chocante, Abby atira em Jesse, aparentemente matando-o. Com Tommy sob a mira de sua arma, Abby exige que Ellie se entregue. A cena culmina com Abby apontando a arma para Ellie, expressando seu descontentamento por ter poupado a vida de Ellie anteriormente apenas para ela “desperdiçá-la”. Um tiro é ouvido enquanto a tela escurece, seguida por um breve flashback de Abby no quartel-general da WLF três dias antes, deixando o destino de Ellie e Tommy em aberto.
Destino dos Personagens: Quem Não Sobreviveu à Temporada?
O final da segunda temporada teve uma contagem de corpos significativa:
- Joel: Morto por Abby no Episódio 2, um evento que desencadeou a busca por vingança de Ellie.
- Owen e Mel: Mortos por Ellie no aquário durante o Episódio 7. A morte de Mel, que estava grávida, foi um momento particularmente sombrio e impactante para Ellie.
- Jesse: Aparentemente morto por Abby no teatro no final do Episódio 7. Os showrunners confirmaram que o destino de Jesse estava selado e que sua morte terá um impacto significativo no relacionamento de Ellie com Dina. Mazin comentou sobre a complexidade da culpa, questionando quem Ellie responsabilizará pela morte de Jesse.
Os destinos de Ellie e Tommy permanecem incertos, com o episódio terminando em um grande suspense antes que possamos ver o resultado do confronto com Abby.
A Visão dos Criadores: Por Trás das Escolhas Controversas
Os showrunners Craig Mazin e Neil Druckmann (que também é o criador do jogo) não se esquivaram da brutalidade inerente à história de The Last of Us Part II, da qual a segunda temporada se baseia. Eles afirmaram que grande parte da violência vista no final é uma adaptação direta dos jogos. A morte de Jesse, por exemplo, foi descrita por Druckmann como algo que “sempre esteve predeterminado”. Mazin elaborou que a morte de Jesse complicará a dinâmica entre Ellie e Dina, pois Ellie se sente parcialmente responsável, embora Abby seja quem puxou o gatilho. A intenção, segundo Druckmann, é fazer com que o público que torce por Ellie se sinta “sujo”, questionando as motivações e ações da personagem.
O Ciclo Vicioso da Vingança
Um tema central que permeia o final da temporada é o ciclo aparentemente interminável de vingança . Cada ato de violência gera outro, e não há vencedores claros. A angústia de Ellie após matar Mel, e sua aparente hesitação antes do confronto final no teatro, sugere um vislumbre da futilidade dessa busca. No entanto, o ciclo continua quando Abby aparece, perpetuando a violência. A crítica anterior de Jesse a Ellie – de que ela age apenas por interesse próprio sem considerar os outros – prova-se devastadoramente precisa, deixando Ellie em um estado de conflito interno.
O Que Vem por Aí na Terceira Temporada de The Last Of Us?
Com a terceira temporada de The Last of Us já confirmada pela HBO, o final da segunda temporada estabelece uma série de tensões e questões não resolvidas. O destino de Ellie e Tommy está na balança. Como Ellie processará a morte de Jesse e o confronto com Abby? E como Abby seguirá após este novo confronto? O flashback final para “Seattle Dia Um”, mostrando Abby em um enorme estádio de beisebol, sugere que ainda há muito a ser explorado sobre sua perspectiva e a organização da WLF. A narrativa está preparada para continuar explorando as consequências profundas da violência e da busca por justiça em um mundo desolador.
O final da segunda temporada de The Last of Us foi uma experiência visceral e emocionalmente desgastante, que desafia os espectadores a confrontar as complexidades morais de seus personagens favoritos. Com sua narrativa corajosa e performances poderosas, a série continua a ser um marco na televisão, deixando uma audiência ansiosa e apreensiva pelo que o futuro reserva para Ellie e Abby.